Estilo: Alternativo, Britpop, Dance-Rock, Madchester, House
Humores: Sarcástico, Irreverente, Futebolístico, Viajandão, Hedonista Recomendação: Discutir qual o legado da Copa e se Maradona é melhor do que o Pelé
Eu nunca gostei desse blog e das coisas que eu escrevia. Mas eu vinha aqui por uma razão bem simples: eu gostava (ainda gosto) de música. Mas era tanta música que, passado algum tempo, eu não lembrava mais o nome do artista ou da canção que em determinada época eu estava ouvindo. "Poxa, e aquele som lá, daqueles caras, daquele ano?" Isso era vago demais, e o tal som de tal época devia estar gravado por aí, perdido no hd, em algum pen drive ou num DVDr embolorado. E quando a coisa era muita boa, boa mesmo, marcante, eu tinha certeza que viera aqui um dia e escrevi algo a respeito. O post abaixo foi escrito no dia 11 de março de 2009, às 7:49h, e é um dos poucos que eu leio e não tenho vontade de vomitar.
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Eu ainda estava naquela fase de formação do gosto musical quando ouvi pela primeira vez este single numa coletânea da gravadora Strictly Rhythm, que um cara da escola tinha me emprestado. Quando se é moleque as informações vão chegando e você não consegue decodificar todas elas direito. Sempre saíam umas matérias no Diário do Grande ABC sobre a vida maluca dos garotos de programa do centro de Santo André: eles ficavam perto do paço municipal, assaltavam uns coroas depois de fazer sexo com eles no meio da rua, usavam heroína com seringas coletivas e depois iam dançar num club GLS chamado Factory, do outro lado da cidade. Quando o cara que escrevia a matéria estava antenado, ele comentava sobre o som que rolava lá dentro: house e garage do selo Strickly Rhythm, que também era uma balada em Nova Iorque. Isso para mim era muito confuso, caótico. E a trilha daqueles tempos ficou ainda mais punk depois que o vinil contendo este remix caiu na minha mão. Que espécie de teclado infernal é este, eu me perguntava. E imaginava uma drag queen gigante e psicopata cantando essa "Toety". Engano, porque a dupla Reel 2 Real, na verdade, tinha influência de dancehall, coisa de macho, e cantava sobre mulheres. O vocal bizarro não era de uma drag e sim de um negão chamado The Mad Stuntman, cantor de Trinidad e Tobago, o mesmo daquela infame "I like to move it, move it".